22 de maio de 2013

história do mosaico

      O mosaico é uma expressão artística na qual o artista organiza pequenas peças coloridas e as colam sobre uma superfície, formando imagens. As peças podem ser pequenos fragmentos de pedras, como mármore, granito, pedaços de vidro, seixos, pedras semipreciosas e outros materiais, sobre qualquer superfície, seja ela fixa ou transportável, plana ou não plana. Essa forma de arte já existe há milênios, pois do Oriente, os sumérios, por volta de sete mil anos atrás, já revestiam pilastras com cones de argilas coloridas e fixadas em massa, formando uma decoração geométrica.





"Estandarte de Ur"(3500 A.C), atual Iraque



       Os gregos e os romanos também utilizaram a técnica do mosaico no auge de suas culturas para decorarem os pisos e as paredes das construções.
       É importante saber que em 395 d.C., Teodósio, Imperador de Roma, dividiu seu império entre seus filhos Honório e Arcárdio. Roma tornou-se capital do Império Ocidental, que ficou com Honório, e  o Império Romano Oriental ficou com Arcádio, cuja capital passou a ser Constantinopla, antiga Bizâncio e atual Istambul. A arte bizantina  se desenvolveu  no Império Romano Oriental, e com ela a força da produção de mosaicos.

 
“Batalha de Issus” , Pompéia, 80 a.C, Museo Nazionale, Nápoles, Itália.


      
      Quando o Cristianismo passa a ser oficialmente a religião do Império Romano, a arte que vinha sendo produzida, uma arte de pinturas em paredes e tetos das catacumbas, os novos mausoléus e templos passam a ser decorados por mosaicos, abordando os temas religiosos. Neste período a técnica se desenvolve, os artistas se tornam mais hábeis, e a qualidade das obras aumentam devido o desenvolvimento da técnica, sendo a expressão máxima na arte bizantina .

 
Justiniano e Cortesãos, c. 547, San Vitale, Ravena, Itália



     A calçada portuguesa, conforme a conhecemos, foi empregada pela primeira vez em Lisboa no ano de 1842. O trabalho foi realizado por presidiários (chamados "grilhetas" na época), a mando do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o Tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado. O desenho utilizado nesse pavimento foi de um traçado simples (tipo zig-zag) mas, para a época, a obra foi de certa forma incomum.




     
      

     Com a Revolução Industrial no final do século XIX e início do século XX,  o aperfeiçoamento das técnicas da arquitetura e da arte, também foi incorporada aos produtos industrializados, e assim, o mosaico passa a ser produzido em lajotas ou pequenos quadrados de cerâmica, que ao se unir formavam imagens decorativas surpreendentes em painéis coloridos.




       Em oposição à esterilidade da Era Industrial, surgiu entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial o estilo decorativo Art Nouveau. O estilo baseava-se em formas torcidas, floridas, linhas sinuosas e curvas, que contrapunham à aparência pouco estética dos produtos fabricados por máquinas.  O Art Nouveau foi usado com o máximo de eficiência na arquitetura de Antoni Gaudí (1852-1926), que ao utilizar a técnica do trencadis, desenvolveu uma estética própria na sua arte, utilizando recursos do mosaico em sua arquitetura. O Parque Güell, a Casa Milá e a Casa Batló, na Espanha, são exemplos fabulosos da multiplicidade de técnicas utilizadas, incluindo o mosaico.




          O trencadís (do catalão: trencat, em português: quebrado) é uma técnica decorativa que consiste na criação de mosaicos com pedaços irregulares de cerâmica ou outros materiais de fácil fragmentação.
         As vantagens do trencadís incluem a rápida aplicação, a grande espontaneidade de desenho e o fato de permitir a utilização de restos de materiais que de outra forma não seriam aproveitáveis.
          No Parque Güell, por exemplo, Jujo, discipulo de Gaudí,  usou essencialmente pedaços de mosaico, louça e garrafas (incluindo o seu próprio conjunto de jantar), mas também materiais pouco usuais como um fragmento de uma boneca.
        Diz-se que por indicação de Gaudí, os operários tinham por hábito recolher os pedaços de cerâmica e vidro que encontrassem no lixo a caminho do trabalho; tendo-se igualmente tornado costume para os barceloneses empilhar junto à obra,  cerâmicas, louças e porcelanas que estavam em desuso ou quebradas em suas residências, para serem recicladas na construção do parque.







        No Brasil, destaca-se as obras de Burle Marx para o bairro de Copacabana, que inclui a preservação das ondas em pedra portuguesa junto à orla . O paisagista refez os desenhos originais dos calceteiros portugueses, realçou sua sensualidade na medida da ampliação do calçamento e manteve o paralelismo com as ondas do mar, que fora implantado na reforma de 1929 pelos calceteiros já habilitados no Brasil.  No canteiro central da Avenida e no piso junto aos edifícios, Burle Marx aplicou novos desenhos, com pedras pretas e vermelhas (basalto) e brancas (calcáreo).




São Jose dos Campos, SP

Já nos anos cinqüenta, o arquiteto, paisagista e artista plástico passou a usar o material “da moda” na época, as pastilhas de vidro, em pisos e paredes das construções.

 
     Sítio Roberto Burle Marx


       Nos dias de hoje, o mosaico continua sendo utilizado na arquitetura e decoração de interiores, seja ele aplicado em áreas internas ou externas, ou em peças fixas ou móveis.


Créditos:
Fontes
CALABRIA, Carla Paula Brondi, MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção, 2, Arte Ocidental. São Paulo: FTD, 1997.
COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. São Paulo: Ática, 2000
STRICKLAND, Carol. Arte Comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004




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